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Aparição - Abertura dia 22 de outubro na galeria Anita Schwartz

  • Foto do escritor: Pedro Varela
    Pedro Varela
  • 13 de out.
  • 4 min de leitura

The mistake of trusting you, acrílica sobre tela, 50 x 40 cm, 2025.
The mistake of trusting you, acrílica sobre tela, 50 x 40 cm, 2025.

A Anita Schwartz Galeria de Arte inaugura, em 22 de outubro de 2025, às 19h, a mostra Aparição, individual de Pedro Varela, com curadoria de Cecília Fortes. A exposição reúne pinturas inéditas, além de uma instalação criada especialmente para o espaço da galeria.

 

Conhecido por investigar a cultura de massa e o imaginário digital, Varela se afasta, nesta nova fase, do universo dos memes e das imagens das redes sociais para mergulhar em uma dimensão mais íntima e subjetiva, marcada por questões de identidade, medo e angústia. “É uma virada na minha produção”, afirma o artista. “Aquelas inquietações que antes apareciam mediadas por ícones da cultura de internet agora surgem de forma direta, como aparições que emergem do inconsciente.”

 

Segundo a curadora Cecília Fortes, “as obras apresentadas em Aparição dão continuidade à pesquisa de Pedro Varela sobre a geração ansiosa, que sofre de insônia e vive imersa em pensamentos. O artista retoma a série de florestas, agora numa paleta em preto e branco, e nelas incorpora figuras fantasmagóricas e formigueiros de palavras, que provocam o espectador. De forma irônica, Varela desafia a norma estética do bom gosto e joga com dualidades como luz e sombra, claro e escuro, belo e caricato. Numa época de excessos, destaque para uma grande instalação de recortes em branco sobre branco, uma proposição de silêncio e pausa em contraposição ao turbilhão de estímulos vivenciados pela sociedade contemporânea.”

 

Logo na entrada da galeria, o visitante se depara com Arquipélago, instalação inédita composta por papéis recortados e fixados com alfinetes, cujas sombras projetadas sobre a parede criam um delicado jogo entre presença e ausência. São “desenhos feitos com estilete”, como define o artista, nos quais o gesto do corte substitui o traço e o vazio se torna linguagem.

 

Essas sutis interferências no branco da parede ecoam em toda a exposição, que tensiona constantemente luz e sombra, silêncio e ruído. O contraste entre pretos e brancos aparece em diferentes escalas nas superfícies cortadas, nas pinturas em que tinta preta e branca se alternam sem se misturar, e nos tons de cinza que habitam o espaço entre ambos.

 

Entre as pinturas, o espectador encontra uma galeria de figuras humanas que oscilam entre o sonho e o assombro. Feitas “de cabeça”, sem o uso de referências diretas, essas personagens surgem como presenças fragmentadas: algumas serenas, outras deformadas ou caricatas, como se emergissem de uma floresta sombria.

 

As palavras e frases também se manifestam como aparições. Ora com protagonismo, em obras como Formigueiro e The mistake of trusting you, ora dissolvidas no caos pictórico, como em Encontro, em que pequenos textos se dispersam como formigas sobre caules e plantas, evocando encontros efêmeros, desejo e perda.

 

As plantas, recorrentes na obra de Varela, reaparecem aqui como entidades simbólicas. “Sempre pensei nas plantas como personagens que comentam sobre nossa identidade tropical”, observa o artista. “Nesta exposição, essa flora imaginária assume ainda mais nitidamente o papel de espelho da nossa natureza interior.”

 

O vermelho sangue de obras como Vertido 2 e Sem título (Sonho) introduz uma nota de tensão. Ambíguo, o tom evoca tanto a vitalidade que pulsa nas veias quanto o aspecto visceral e quase gore de uma subjetividade em crise. O resultado é uma atmosfera de inquietação, um território em que o belo e o perturbador coexistem.

 

Com cerca de 20 obras inéditas, entre pinturas, papéis recortados e uma instalação, Aparição configura um percurso sensorial e simbólico, no qual a materialidade do gesto se confunde com o mistério da imagem.

 

Sobre o artista

 

Pedro Varela (1981, Niterói, RJ) vive e trabalha no Rio de Janeiro. Sua obra transita entre pintura, desenho, instalação e escultura, abordando questões relacionadas à paisagem, à representação e às narrativas visuais da contemporaneidade. Ao longo de sua trajetória, desenvolveu uma linguagem singular que combina ironia, delicadeza e crítica cultural, articulando elementos do imaginário urbano e digital com referências à história da arte. Participou de exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, e tem obras em coleções públicas e privadas.

 

Sobre a Anita Schwartz Galeria de Arte

Desde meados dos anos 80, Anita Schwartz participa ativamente na construção e consolidação da carreira de artistas com produções atemporais, apoiando no desenvolvimento profissional e na projeção e reconhecimento de suas poéticas, através de parcerias com galerias, museus e instituições culturais internacionais e da participação nas principais feiras de arte contemporânea.

Em 1998 Anita Schwartz inaugura a galeria de arte contemporânea que levará seu nome. No ano de 2008, é transferida para novo espaço com projeto assinado pelo escritório Cadas Arquitetura, tornando-se a galeria pioneira no Brasil com edifício sede especialmente planejado. Com aproximadamente 700 metros quadrados de área distribuídos em três andares, oferece salão principal de 110 metros quadrados e pé direito de 7,2 m para receber grandes mostras, instalações e projetos especiais. No segundo andar, uma sala de exposições de 60 metros quadrados e terraço com um container destinado a videoinstalações, que comporta até 20 espectadores.

 

SERVIÇO:

“Aparição”, de Pedro Varela

Curadoria: Cecília Fortes

 

Abertura: 22 de outubro de 2025, às 19h

Encerramento: 22 de novembro de 2025

 

Anita Schwartz Galeria de Arte

R. José Roberto Macedo Soares, 30 – Gávea

Rio de Janeiro | RJ

Tel: (21) 2540-6446 | (21) 99603-0435

 

Website: www.anitaschwartz.com.br Visitação: segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 12h às 18h



 
 
 

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